Bonecreiros populares

Quando pensamos em bonecreiros populares surge-nos a imagem romântica da típica barraquinha de fantoches, montada em praias ou jardins. No entanto, a realidade popular portuguesa era mais rica: verdadeiros empresários de teatro atravessavam o país de norte a sul com os seus pavilhões ambulantes, onde apresentavam espectáculos com marionetas de luva e de fios. O improviso dos seus textos permitia-lhes satirizar costumes e hábitos, fazendo crítica social e política, sendo, por isso, frequentemente perseguidos pela polícia.

Estes pavilhões ambulantes funcionaram até à década de sessenta do século XX, possuindo orquestras privativas, palcos com dupla utilização para animação de marionetas de luva e de fio, repertórios repletos de milagres de tradição medieval e com amplo recurso à utilização da palheta.

Não era fácil a vida destes artistas. Na sua maioria actuavam sobretudo durante o verão, recorrendo, no Inverno, a todos os ofícios a que podiam deitar mão, como os próprios referem em diversas entrevistas. Nomes como Faustino Duarte, Joaquim Pinto, Henrique Duarte, Manuel Rosado e António Dias são incontornáveis no panorama dos marionetistas populares portugueses.

Outros nomes se destacam neste universo: Ernesto de Abreu, que durante mais de 30 anos exerceu actividade nas praias do norte e centro do país; Domingos Moura, igualmente no Norte do país; ou António Sérgio, de Tavira, que com a sua curiosa e original guarita triangular actuou por mais de 40 anos. O seu D. Roberto, reconhecível pelo uso da moca, era uma estranha personagem de barba negra, vestido à maneira árabe; ou ainda Clarinda de Azevedo, a única mulher portuguesa que trabalhou com palheta e que durante muitos anos apresentou os seus espectáculos na Feira Popular.

Uma das mais importantes famílias de bonecreiros foi a de FAUSTINO DUARTE, com seus filhos Joaquim Pinto, Henrique Duarte e Berta Duarte (Os 3 Irmãos Unidos).

MANUEL ROSADO foi outro dos mais importantes bonecreiros populares. Desenvolveu a actividade por longos anos, com o seu Pavilhão Mexicano, teatro ambulante ainda em actividade no final dos anos 60 do século XX. Rosado representava repertório que era seu e, ao mesmo tempo, tradicional: o Marquês de Pombal e os Jesuítas, a Rosa e os 3 namorados, o Milagre de Santa Isabel

Incontornável é ainda António Dias, nome maior nas representações do teatro de D. Roberto, que iniciou actividade aos 17 anos, com o Mestre Faustino. António Dias viajava pelo país com a sua pequena barraca de fantoches, denominada Teatro D. Roberto. Numa entrevista a Henrique Delgado, em 1967, refere ter em seu poder um alvará passado pela Delegação da Inspecção dos Espectáculos, que lhe permite «exercer divertimento ambulante de fantoches […] na via pública sem cobrar bilhetes…».

Passou por alguns teatros de Lisboa e colaborou na organização do Teatro de Mestre Gil de Augusto de Santa Rita; a sua vida serviu ainda de base para o filme D. Roberto, de Ernesto de Sousa, em 1962.

Falecido em 1986, António Dias inspirou gerações mais novas que mantêm vivo o D. Roberto.

Foi João Paulo Seara Cardoso, da Companhia de Marionetas do Porto, que se dedicou à pesquisa e reconstituição do Teatro Dom Roberto, tendo recebido do Mestre António Dias a herança desta tradição secular, quase esquecida em Portugal de finais do século XX. Hoje em dia, várias companhias apresentam Robertos.

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Almeirim I

Autor:
Manuel Rosado
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Luva
Material de construção:
Madeira, tecido e plástico.
Dimensões:
57.0 x 34.0 x 12.0 (Altura x Largura x Profundidade)
Nr de inventário:
MM1197

Almeirim II

Autor:
Manuel Rosado
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Luva
Material de construção:
Madeira e tecido.
Dimensões:
57.0 x 36.0 x 11.0 (Altura x Largura x Profundidade)
Nr de inventário:
MM1200

Almeirim III

Autor:
Manuel Rosado
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Luva
Material de construção:
Madeira e tecido
Nr de inventário:
MM1203

Almeirim IV

Autor:
Manuel Rosado
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Luva
Material de construção:
Madeira e tecido
Dimensões:
57.0 x 35.0 x 9.0 (Altura x Largura x Profundidade)
Nr de inventário:
MM1204

Almeirim V

Autor:
Manuel Rosado
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Luva
Material de construção:
Madeira e tecido
Dimensões:
61.0 x 35.0 x 11.0 (Altura x Largura x Profundidade)
Nr de inventário:
MM1205

Anjo

Autor:
Manuel Rosado
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Luva
Material de construção:
Madeira e tecido
Nr de inventário:
MM1196

Avião com aviador

Autor:
Manuel Rosado
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Não manipulável
Material de construção:
Madeira e metal
Dimensões:
14.0 x 39.0 x 43.0 (Altura x Largura x Profundidade)
Nr de inventário:
MM1151

Bombeiro

Autor:
Manuel Rosado
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Luva
Material de construção:
Madeira e tecido.
Dimensões:
56.0 x 30.0 x 12.0 (Altura x Largura x Profundidade)
Nr de inventário:
MM1202

Boneco I

Autor:
Manuel Rosado
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Fios
Material de construção:
Madeira, metal e abóbora
Dimensões:
70.0 x 60.0 x 7.0 (Altura x Largura x Profundidade)
Nr de inventário:
MM1190

Cabeça de Marioneta 1

Autor:
Henrique Duarte
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Luva
Material de construção:
Madeira
Dimensões:
11.0 x 7.0 x 7.0 (Altura x Largura x Profundidade)
Nr de inventário:
MM1621

Cabeça de Marioneta 2

Autor:
Henrique Duarte
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Desconhecida
Material de construção:
Plástico
Dimensões:
17.0 x 12.0 x 11.0 (Altura x Largura x Profundidade)
Nr de inventário:
MM1626

Campino I

Autor:
Manuel Rosado
País:
Portugal
Técnica de manipulação:
Fios
Material de construção:
Madeira e tecido.
Dimensões:
76.0 x 27.0 x 11.0 (Altura x Largura x Profundidade)
Nr de inventário:
MM1141