Museu da Marioneta

O teatro tradicional na Tailândia combina a música e a dança e recorre ao uso de máscaras para a caracterização das diferentes personagens
Estas máscaras são cuidadosamente realizadas a partir de colagem sucessiva de folhas de papel sobre a cabeça moldada em barro da personagem cuja máscara se pretende obter (papier-maché).
Terminada a fase de colagem, a máscara é cortada ao meio de modo a libertar-se do molde usado para lhe definir os traços, sendo as duas partes de novo coladas. Esta máscara em progresso é sucessivamente pintada com cores que permitem à audiência identificar a personagem.
O uso de cores primárias e saturadas com o uso abundante de folha de ouro e o quase obsessivo acrescento de adereços e pormenores, dão às máscaras Khôn uma natureza própria do mundo dos deuses e do seu mundo celeste e de fantasia.
As características destas máscaras decorrem naturalmente do tipo de história a que são chamadas a dar vida. As histórias são tiradas do épico indiano do Ramayana, épico que no imaginário da Tailândia se confunde com a origem do próprio reino e da sua monarquia.
O Ramakien, a versão tailandesa do Ramayana, segue em linhas gerais o poema de Valmiki, embora introduza aventuras, designações e elementos dos hábitos, costumes próprios da Tailândia.
O Ramakien pode ser entendido como o mito fundador de um reino e as máscaras do teatro Khôn são o meio para o reviver.
A tradição Khôn é ao mesmo tempo um teatro de corte e uma arte popular, facilmente reconhecida por cada tailandês, com personagens e aventuras com os quais identidade e imaginário se podem conciliar.